terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A proposta do Instituto Europeu de Oncologia (EIO) - 1ª. entrega

Durante o Congresso Brasileiro de Mastologia deste ano, em Gramado, o Professor Umberto Veronesi apresentou a proposta do EIO para uma nova classificação do TNM. Um texto em português foi distribuído, provavelmente tradução de um artigo publicado ou a publicar em revista internacional, com nomes dos autores (G. Farante, S. Zurrida, G. Viale, F. Sauer, A. Goldhirsch e U. Veronesi), sem a identificação bibliográfica do mesmo.

Neste ano, o grupo de Veronesi publicou um trabalho sobre o tema que pode ser visitado em Breast J.
Nada mais justo que adequar a nomenclatura à atual realidade. Eu, pessoalmente, sou a favor desta proposta, sempre que seja colocada após a clássica da UICC até que este organismo internacional se defina neste sentido.

A proposta do EIO exibe dois parâmetros principais:
Primeiro: usa a classificação DIN – LIN.
Segundo: reformula os critérios da codificação TNM.

Em relação ao primeiro item, já nos temos posicionado favoravelmente neste blog em postagens anteriores, sabendo que o TNM não seria aplicável nestes diagnósticos.
Porém, temos algumas discordâncias com o texto distribuído. Nele, se utilizam os critérios originais de Tavassoli nos quais o DIN 1 estava dividido em:

1a: hiperplasia ductal sem atipias
1b: hiperplasia ductal atípica
1c: antigo carcinoma ductal in situ grau I.

A própria Tavassoli encarregou-se de propor algumas modificações na DIN 1, no seguinte modo:

1a: hiperplasia ductal sem atipias
1b: hiperplasia epitelial atípica e hiperplasia epitelial atípica tipo plana monomórfica
1c: hiperplasia epitelial atípica, extenso carcinoma ductal in situ grau I (cribriforme/micropapilar)

Em vários trabalhos foram definidos os novos critérios da hiperplasia ductal usual e o pequeno aumento do risco relativo (1,5 vezes) que representa.

Por estes e outros motivos, Tavassoli e col atualizaram os conceitos da DIN 1, do seguinte modo:
DIN 1a: lesões de células colunares com atipias (atipia epitelial plana)
DIN 1b: hiperplasia ductal atipica
DIN 1c: carcinoma ductal in situ de baixo grau.

Acreditamos que este deveria ser o critério a ser utilizado no TNM (EIO). É bom lembrar que esta é uma proposta não unânime da OMS.
Continua.

--------------------------------------------


Referências bibliográficas


Veronesi U; Zurrida S; Viale G; Galimberti V; Arnone P; Nolè F. Rethinking TNM: a breast cancer classification to guide to treatment and facilitate research. Breast J 2009;15(3):291-295.
Tavassoli FA. Ductal Carinoma in situ: introduction of the concept of ductal inraepithelial neoplasia. Mod Pathol 1998;11:140-154.
Tavassoli Fa. Ductal intraepithelial  neoplasia of the breast. Virchows Arch 2001;438:221-227.
Rosai J. Surgical Pathology. 9th ed. St. Louis: Mosby, 2004, pp. 1780-1782.
Gordis L. Epidemiology. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 1996, pp. 141-154.
Carvalho Rodrigues P. Risco relativo e testes diagnósticos. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer, INCA, Coordenação de Ensino e Divulgação Científica, Manual Didático Número 9.
Tavassoli FA, Hoefler H, Rosai J, Holland R, Ellis IO, Schnitt SJ, Boecker W, Heywang-Kobrunner SH, Moinfar F, Lakhani SR.  Intraductal proliferative lesions. In: Tavassoli FA, Devilee P (eds.). World Health Organization Classification of Tumors. Tumours of the breast and female genital organs. Lyon: IARC Press, 2003, pp. 63-73.

Um comentário:

  1. ARCURI, FIZEMOS HOJE A PROVA DO iNCA PARA MASTOLOGIA E A PERGUNTA DISCURSIVA (ÚNICA!) FOI SOBRE A NOVA CLASSIFICAÇÃO DE TAVASSOLI. ME ARREPENDI MUITO DE NÃO TER IDO AO CLUBE DA MAMA. BEIJO, GABRIELA.

    ResponderExcluir