quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A proposta do Instituto Europeu de Oncologia (EIO) - 2ª. entrega

Na postagem anterior, falamos que a proposta do TNM(EIO) exibia dois parâmetros principais:

Primeiro: usa a classificação DIN – LIN.
Segundo: reformula os critérios da codificação TNM.

Em relação ao segundo item, apresenta modificações no T, no N e no M.

As modificações no estádio T são:

• Tmic: DIN com microinvasão ≤ de 1 mm.
• T(tamanho): maior tamanho em cm do tumor invasor.
• Teic: indica a presença de carcinoma invasor com extenso componente intraductal (na sigla inglesa) desde que o componente intraductal seja ≥ a 25% do componente invasor.
• Tpvi: indica a presença de carcinoma invasor com invasão vascular peritumoral (na sigla inglesa).
• Tinf: indica a presença de carcinoma invasor com evidência clínica de carcinoma inflamatório ou linfangítico.

Acontece que a extensão do componente intraductal num carcinoma invasor é um tema controvertido. Com a palavra, os autores:

Azzopardi, em 1968, estabeleceu que um carcinoma ductal invasivo (CDI) com carcinoma ductal in situ (CDIS - hoje DIN) predominante é aquele em que em todo é um CDIS com focos de invasão do estroma numa proporção de 4:1.(¹)

Elston e Ellis ao falar de “extenso componente in situ”, afirmaram que esta proporção é variável e subjetiva. O carcinoma invasor estaria em menos de 20% do total tumoral.(²)

Tavassoli comentou que alguns autores reconhecem um subtipo de CDI SOE, o carcinoma ductal infiltrante com extenso componente in situ.(³)

Por sua vez, Rosai afirmou que a expressão “carcinoma intraductal extenso” (EIC) tem sido proposta para tumores nos quais o componente intraductal compreenda 25% ou mais da área determinada pelo tumor infiltrativo e que também se encontre presente nos tecidos mamários adjacentes. Não existiria correlação entre tamanho do tumor e grau de invasão presente. (4)

Elling et alii definiram três grupos de tumores em relação à extensão do componente in situ:

a) carcinoma invasivo com componente in situ predominante (CDIS-P) igual ou maior de 80% da massa tumoral com mínimo componente invasivo (relação 4:1);

b) carcinoma invasivo com componente intraductal extenso (CDIS-E) maior de 25% e menor de 80% da massa tumoral e presente além da margem invasiva;

c) carcinoma invasivo com componente intraductal marginal (CDIS-M) quando o carcinoma intraductal representasse menos de 25% e estivesse presente na periferia da margem infiltrativa. (5)

A proposta do EIO permite identificar claramente o tamanho tumoral sem agrupar os tumores em faixas como no padrão da UICC, partindo do princípio que um tumor T2 de 2,2 cm não poderia ser semelhante a um T2 de 5 cm.

Em relação ao critério de extenso componente intraductal ou DIN aplicaria os critérios de extensão originais de Azopardi, porém utilizando a nomenclatura de Elston e Ellis e de Rosai. Não acompanharia os conceitos de Elling e col.

Os critérios da extensão do componente intraductal ou DIN, da invasão vascular peritumoral e da evidência clínica de carcinoma inflamatório poderiam estar presentes juntos num tumor. Assim sendo, uma paciente com um tumor invasor de 1,5 cm e com os três parâmetros explicitados, teria o T grafado como: T1,5 EIC PVI inf.

Continua.

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Referências bibliográficas

Azzopardi JG. International Histological Classification of Tumours, Nº 2. Histological Typing of Breast Tumours. 2nd ed. World Health Organization: Geneva, 1981, p. 19.

Elston CV, Ellis IO, Goulding H, Pinder SE. Role of pathology in the prognosis and management of breast cancer. In: Elston CW, Ellis IO (eds.). The Breast, Systemic Pathology, Vol. 13, 3rd ed. Edinburgh: Churchill Livingstone, 1998, pp. 398-399.

Tavassoli FA, Hoefler H, Rosai J, Holland R, Ellis IO, Schnitt SJ, Boecker W, Heywang-Kobrunner SH, Moinfar F, Lakhani SR. Intraductal proliferative lesions. In: Tavassoli FA, Devilee P (eds.). World Health Organization Classification of Tumors. Tumours of the breast and female genital organs. Lyon: IARC Press, 2003, p. 20.

Rosai J. Surgical Pathology. 9th ed. St. Louis: Mosby, 2004, p. 1796.

Elling D, Vésper AS, Fiedler B, Martin H, Krocker J. Intraductal component in invasive breast cancer: analysis of 250 resected surgical specimens. The Breast

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